3. Época barroca – Jardim

O barroco apresenta-se como um mundo simbólico e abstrato, isolado do real. Evidencia-se por uma força indubitávelmente expressiva na arte religiosa, com todo o seu esplendor nas igrejas, conventos, claustros e palácios bispais. Verifica-se também tal magnificência, influência da arte religiosa no desenho dos jardins, tanto a nível do traçado espacial como nos elementos decorativos.

A arte barroca pretende transmitir sensações, naturalismo, realismo e até ostentação. Aqui, a natureza é vista como “um palco de teatro, em que ela própria é o cenário e o protagonista”. (PEREIRA, P., 1995. História da arte portuguesa, Printer Portuguesa, volume n.º 3, Lisboa. p. 213-215)

O barroco, no tratamento dos jardins, não atingiu a monumentalidade requintada dos jardins das villas italianas, nem a racionalização exagerada da natureza, dada pelos paisagistas franceses. Em Portugal, o genius loci é o protagonista de toda a essência da intervenção. A composição e a formalidade ganha forma entre muros, numa relação intimista com a natureza, em que os elementos naturais (a vegetação, a água e a pedra) se combinam entre si, criando múltiplos recantos e cenários.