Não se pode deixar que os jardins se calem e se escondam no silêncio, a beleza de toda uma história…
O Paço de Vitorino tem a sua origem no século XVI, mas ao longo dos tempos sofreu ampliações e transformações. O século XVIII foi, sem dúvida, a época que mais marcas deixou na traça atual da casa, da capela e dos jardins. Trata-se de um jardim misterioso e fascinante de traçado barroco.
A composição e a formalidade ganha forma entre muros, numa relação intimista com a natureza, em que os elementos naturais (a vegetação, a água e a pedra) se combinam entre si, criando múltiplos recantos e cenários.
A conceção do jardim centra-se na subordinação da natureza a um plano de conjunto que tem como ponto de partida e referência a casa, cuja integração é conseguida através de um pequeno eixo, reforçado pela beleza pontual de uma pequena rotunda, delimitada por bancos e uma fonte central.
O eixo de simetria é ainda acentuado, em termos volumétricos, pelas notáveis japoneiras alinhadas de cada um dos lados, criando um cenário teatral, e até de surpresa, (muito procurado na época barroca), que escondem o grandioso tanque com as esculturas mitológicas ao fundo.
Ao percorrer o jardim barroco, no qual se procurou recriar a sua formalidade original, através de grandes canteiros de relva, limitados em aço corten, elemento contemporâneo e minimalista, encontramos as estátuas que retratam os 4 Continentes – África, América, Ásia e Europa. O continente da Oceânia não se encontrava representado, porque na altura ainda não era reconhecido como tal.
Atualmente, encontramos uma envolvente recuperada em que o tempo do jardim não parou, apenas se renovou.